Nos últimos dias o Brasil acompanhou com tristeza o desenrolar da imensa calamidade que se abateu sobre a região serrana do Rio de Janeiro. Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, cidades conhecidas pelos recursos naturais, pelo lazer e pelas belas paisagens, sofreram aquela que já é considerada a maior catástrofe urbana do Brasil. Em meio à perplexidade e ao desespero das populações atingidas, o poder público, mais uma vez, chegou tarde. Veio tentar remediar o que poderia ter sido evitado; socorrer quem não precisava ter sofrido; enterrar os inocentes que não deveriam ter morrido.
Sim, todos sabem quem são os inocentes. Mas e os culpados? Há culpados? O Roda Viva dessa segunda-feira não poderia deixar de debater as questões que a tragédia do Rio levanta. Como planejar o crescimento racional das cidades? Como evitar que desastres anunciados venham a acontecer? Como regulamentar a ocupação das encostas? Como educar os governantes e a população e impor limites à ocupação desordenada de áreas de risco? Para ajudar a pensar em respostas a estas questões, o programa da Cultura vai receber no centro da roda o arquiteto e urbanista Jaime Lerner, três vezes prefeito de Curitiba, duas vezes governador do Paraná, considerado entre os 10 melhores profissionais de seu setor em todo o planeta. Hoje, afastado da política, Lerner é um respeitado consultor internacional, que dispensa maiores apresentações. O debate pode indicar alternativas para a gestão ambiental do país e ampliar a força da prevenção deste tipo de desastre, cada vez mais ficando comuns na realidade do Brasil, para o sofrimento da população.
Participam como convidados entrevistadores: Paulo Moreira Leite, jornalista; Milton Jung, jornalista da Rádio CBN; Gilberto Scofield, repórter especial do jornal O Globo e Daniel Bergamasco, editor de cotidiano do jornal Folha de S. Paulo. Apresentação: Marília Gabriela. Transmissão simultânea via Internet.
Fontes: TV Cultura SP
http://folhaverdenews.blogspot.com/
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Milhares de desabrigados tiveram que deixar suas casas |
Lerner tem uma visão crítica da gestão ambiental dos governos |
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Entre mortos e desaparecidos na região serrana do Rio mais de mil pessoas |
Folhapress
Área atingida é maior que a cidade de SP
Oito municípios localizados em 2,3 mil km² tiveram deslizamentos; 550 mortos
estadao.com.br
Governo libera R$ 100 milhões para cidades castigadas pelas chuvas
Metade da verba será repassada na segunda-feira; desastre no RJ já é o maior envolvendo chuvas e deslizamentos no Brasil. Até que ponto governos federal, estadual e dos municípios são responsáveis?
BBC
Especialistas divergem sobre impacto de La Niña sobre enchentes
Meteorologistas do Brasil e de organizações internacionais estão divididos sobre uma possível ligação entre as chuvas que afetaram o Sudeste brasileiro e os temporais que provocaram enchentes na Austrália e Sri Lanka. Apesar de concordarem sobre o motivo direto das chuvas no Sudeste – a concentração de massas de ar úmidas, comum nesta época do ano – eles discordam sobre se as chuvas podem ser conectadas diretamente ao fenômeno climático La Niña, tido como causa das chuvas torrenciais na Austrália e no Sri Lanka.
Luiz Cavalcanti, chefe de previsão do tempo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), acredita que o La Niña seria responsável também pelas chuvas no Brasil.
‘É fenômeno recorrente, que aparece a cada 5 ou 7 anos, e que também aconteceu no ano passado, com um efeito parecido’, disse. La Niña acontece quando a temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico fica mais fria do que o normal. Por causa da dimensão da massa de água, a queda de temperatura modifica a circulação atmosférica naquela região.
O fenômeno cria uma variação de intensidade nos ventos que, consequentemente, altera a distribuição das massas de ar quentes e frias em todo o mundo.
Ghassem Asrar, diretor do Programa Global de Pesquisa sobre Mudança Climática, diz que a ligação entre o fenômeno La Niña e as chuvas mais fortes na Austrália e na América do Sul é conhecida. Mas ele diz que a intensidade dos eventos tem se mostrado mais grave do que o inicialmente previsto, e aparenta ser maior do que a de eventos anteriores ocorridos nos dois continentes na última década.
‘Todos esses casos que estão acontecendo agora, incluindo o Brasil, tem características de fenômenos ligados ao La Niña.’
‘O que ainda estamos tentando responder é se a intensidade desses eventos está sendo influenciada pelo aquecimento global ou não’, finalizou Asrar.
AmbienteBrasil
O movimento ecológico e de cidadania indo à luta diante desta tragédia no Rio e em outras regiões do país ou com iniciativas de solidariedadade em socorro às vítimas ou debatendo alternativas para se evitar que voltem a acontecer estes problemas da maior gravidade e violência.
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